JF III - Assassin

Existe algo sobre cenas de morte e assassinato, ainda mais quando tão misteriosas quanto esta, que me apetecem e me fazem admirar. Não sei bem explicar o por quê e acredito que, se tentasse, irias achar que sou estranho demais, se já não o faz.
Devo dizer que o que mais me impressiona nesta peça é onde se encontra o foco, dando ênfase no corpo, inerte, e envolvendo em mistério seu assassino que, calmamente retira-se da cena. A perspectiva é o que me agrada mais aqui, assim como a luminosidade da lâmina em contra-partida à escuridão do quarto. A forma compassada com que ele foge assim como a forma com que sua capa interage com seu corpo me levam a crer que ele, embora calmo, tem em mente que deve fugir. Contudo, o descuidado do assassino: mantendo o corpo na cena do crime, descuidadosamente contaminando a cena com partículas dentre outras coisas e mantendo a adaga, e sua prória mão, ensangüentadas levam-me a algumas conclusões das quais tenho minhas suspeitas apontadas para uma específica. Ou este foi um assassinato de oportunidade ou mesmo vingança(onde o autor do crime estaria tão cego pelo ódio que não se importaria com "procedimentos") ou ele foi contratado para este trabalho o que então me leva a crer que este descuido não foi nada senão premeditado e proposital o que monta minha tese favorita. Ainda poso teorizar, pelo uso da arma e das roupas, que ele não tem a preocupação de poder ser identificado pela ciência criminalista.
Quanto à vítima, conseguistes ilustrar uma morte de surpresa com grande maestria, os olhos chocados e ausentes, a curvatura das sobrancelhas e a forma como a boca se abre para tentar, infrutiferamente, puxar ar apesar da traquéia dilacerada e até mesmo a forma como os dedos relaxam após a contorção da dor indescritível que este sentiu. Por mais que a forma como o sangue adere-se à barba da vítima e, atravessando-a, passa pelo pescoço não me agrade, por parecer passar ignorando a existência de pêlos, devo ressaltar que a forma como usaste o sangue, tanto no rosto como na traquéia e o chão estão bem representadas. Ainda no assunto do sangue, a única parte da peça que consigo reconhecer e trabalhar uma crítica negativa: a coloração do sangue está incongruente com a escuridão da sala em exceção de certas partes e, embora a forma como o sangue escorre das mãos dele, a forma como a gota de sangue pinga no chão ensangüentado é irreal, o sangue é um líquido plasmoso que, de tão denso não imerge como água. Como pode ser visto neste vídeo: [link] .
E finalmente, é fácil perceber a ênfase que dás no colar à mão do assassinado, mas o que noto é a forma como todos as esferas do colar estão envoltas em sangue em oposição ao símbolo que se mostra principal aqui, sem uma gota de sangue nem em sua laterais, mesmo estando em uma poça de sangue. Dá-me a idéia de que este símbolo é sagrado.
De qualquer forma, espero não tê-lo aborrecido com minha crítica assim como não é minha intenção ensiná-lo, pois não possuo conhecimento o bastante para isso e mesmo que tivesse, não o teria mais do que você tem experiência e técnica.